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Em liberdade silviano santiago pdf: o livro que retrata a vida de três intelectuais brasileiros



No livro Em liberdade: uma ficção de Silviano Santiago, o escritor monta um texto complexo para juntar, num só enredo, ele mesmo, Silviano Santiago, Graciliano Ramos e o poeta inconfidente Cláudio Manuel da Costa, tornados personagens de uma ficção que terá como pano de fundo o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, na década de 1970.




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No romance Em liberdade, Silviano Santiago torna-se personagem depositária de um hipotético diário de Graciliano Ramos. Esse diário é composto de reflexões da personagem Graciliano Ramos sobre a ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas (que encarcerou o verdadeiro Graciliano Ramos), de pensamentos íntimos, de apontamentos sobre literatura, sobre relações com outros escritores e editores, e de um projeto de pesquisa que, em resumo, visa estabelecer se o poeta Cláudio Manuel da Costa suicidou-se, como a história oficial da Inconfidência Mineira registra, ou foi se assassinado no cárcere, como muitos historiadores sustentam.


O que está em foco no romance Em liberdade: uma ficção de Silviano Santiago, então, é o engajamento do intelectual na luta por uma sociedade mais democrática e algumas das consequências desse engajamento: a tortura e o assassínio sob o manto de suicídio (caso provável, de Cláudio Manuel da Costa, e certo, de Vladimir Herzog), e a prisão arbitrária, sem acusação ou denúncia (caso do próprio Graciliano Ramos real).


Publicado originalmente no início dos anos 1980, quando os relatos de prisão dominavam a cena literária brasileira, Em liberdade causou rebuliço ao abordar justamente o oposto das "memórias do cárcere". O que teria sentido o escritor Graciliano Ramos, em 1937, ao arriscar os primeiros passos em liberdade, depois de um ano encarcerado?


No livro Em liberdade, Santiago apresenta uma ficção "alterbiográfica", recriando Ramos política e existencialmente. Para mergulhar nesta história, ele estudou durante quatro anos a vida do escritor alagoano, sua obra, pesquisou jornais, revistas e livros da época e consultou mapas do Rio de Janeiro de então. "A partir deste material deixei que minha imaginação delirasse. Para mim foi uma coisa mágica, como se eu estivesse psicografando", conta ele.


The title of Silviano Santiago's autobiographical project, O Menino Sem Passado, seems to be an oxymoron for a narrative defined by the metaphor of a look into the rearview mirror. The existence of a past in autobiographies and memoirs is mandatory, but Santiago's lavish essayistic and fictional production during the last forty years proves his predisposition to subvert rules of genres. Dwelling in several works with the boundaries between fiction and reality blurred, Santiago defines his creative process of blending life and fiction as both a supporting structure and an interpretative tool. Santiago's dissertation about André Gide, presented at the Sorbonne University in the 1960s, certainly left an indelible mark on his future works. Gide's explicit use of autobiographical material in different works of fiction, both as an experiment and as a means of approaching sensitive topics that permeated his life, resonates in several of Santiago's fictional works. Novels such as Em liberdade (1981), Viagem ao México (1995), and O falso mentiroso (2004) treat relevant topics such as the frontiers between fact and fiction, debates on authorship and representation, as well as issues of subjectivity and identity that have always been at the core of Santiago's oeuvre.


For instance, the novel that can be considered his most famous, Em liberdade, represents an arena where the author develops not only his fictional verve but also exercises his theoretical and critical ideas. Described by Santiago as an essay-novel, he structured Em Liberdade as a continuation of another Brazilian writer's memoirs, Memórias do Cárcere, by Graciliano Ramos. The dictatorial regime of Getúlio Vargas kept Ramos imprisoned for one year in 1936. Posing as an editor of Ramos's unpublished diary, Santiago establishes a dialogue with this faux diary, explicitly using postmodern narrative devices. Moreover, with this novel disguised as an autobiographical account of Graciliano Ramos, Santiago moves ahead by not only exploiting cultural codes but also by questioning them. 2ff7e9595c


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